Demorou muito
tempo, mas finalmente o senti. Encontrei alguém quando menos aguardava e hoje
vejo como valeu a pena esperar. As incertezas do início me amedrontaram um
pouco, mas me deixei levar e quando percebi, eu já havia virado o clichê de um
romance batido dos anos 2000.
Começou com
um beijo rápido, de carnaval, depois de uma chuva forte. Os dois um poucos
alterados e de roupas molhadas, dançando uma música que eu bem queria lembrar.
Tudo resultado de algumas trocas de olhares, uns risos soltos e uma gentileza
rara. O resto são memórias misturadas de um dia maravilhoso que se estendeu por
outros dias mais incríveis ainda até o final de uma viagem perfeita.
Quanta saudade
desse carnaval, nem acredito que por um momento quase desisti de ir. Só de
imaginar que tudo isso poderia não ter acontecido faz meu coração apertar. Pensar
que eu poderia não ter o encontrado. Pensar que eu poderia não ter trocado
aqueles olhares bestas. Pensar que eu poderia não ter a vontade de beijá-lo.
Pensar que eu poderia não ter finalmente o beijado. Pensar que eu poderia não
amá-lo. Mas algo, qualquer coisa, fez tudo isso acontecer e um obrigado parece
insuficiente.
Às vezes
tenho vontade de voltar e mudar algumas coisas, não ter sido tão tímida, tão
fechada, tão calada. Mas que seja, tudo aconteceu e apenas isso importa.
Voltamos para
a realidade dos dia-a-dias e aquele cara ainda queria sair comigo. Como eu
gostava dele e queria ter dito isso ou queria que ele tivesse dito, mas era
cedo. Algumas histórias bestas, algumas fotos trocadas, algumas saídas rápidas.
Eu queria conversar com ele por horas, queria ouvi-lo, queria olhá-lo. Porém,
por mais maravilhoso que seja, eu não me sentia confortável, tinha medo de me
envolver em algo que no fim não era recíproco.
Quando lembro
disso, percebo que talvez eu tenha sido fria ou distante. Eu não conseguia olhar nos olhos dele,
parecia íntimo demais, uma intimidade que eu não sabia que poderia ter. Como eu
fui besta, me prendi por um medo desnecessário que não deveria sequer ser
considerado nesse momento... Se eu soubesse que esses olhos seriam as melhores
coisas do mundo, cada segundo parece pouco para admirá-los.
Aos poucos
ultrapassei tudo isso, mas ainda à passos lentos. Só eu sei o quão difícil foi
dizer aquele primeiro “eu te amo”, queria ter certeza que era verdadeiro e
queria ter certeza que receberia a mesma resposta em troca... Se eu soubesse
que o sufocaria com tantos “eu te amo” e que cada “eu te amo” em resposta são
únicos e guardados no lugar mais especial.
E como
qualquer relacionamento, há problemas e conflitos, sejam individuais ou em
conjunto. Surgiram algumas dúvidas, alguns ciúmes bestas, algumas faltas de
comunicações, alguns mal entendidos. Mas depois de superados, vejo quão
pequenos eles eram. Conseguimos lidar com todos eles, principalmente porque ao
meu lado está uma pessoa madura e paciente, que consegue resolver muito bem
qualquer situação negativa (por mais que ele acredite que não).
No início,
brincávamos que jamais iríamos discutir porque éramos muito calmos para isso.
Quando conversamos sobre, eu achei que nenhum problema ia surgir, parecia tudo
muito “perfeito”. Na verdade, para mim a ideia de problema consequentemente
gerava uma briga e, na prática, os dois existiam juntos. Ainda bem que ele me
provou o contrário. Problemas vão surgir, na minha vida, na dele ou na nossa,
mas com calmo e com tudo que sentimos, conseguiremos resolvê-los. Talvez eu
tenha duvidado demais ou cobrado o que não devia, mas uma conversa sempre
pareceu suficiente para me provar que existe algo maior que tudo isso.
Ainda bem que
ele tem toda a paciência do mundo, porque nem sempre eu sou fácil de lidar. Com
o tempo, vi nele um espaço para conversar sobre quase tudo, inclusive sobre a
gente, mas infelizmente demorei a perceber que ás vezes isso pode magoá-lo.
Misturada as
minhas dúvidas, cobrei atitudes que não devia, pedi mais carinho, mais atenção,
mais amor, queria ter certeza daquilo que estava diante de mim. Quanta
besteira. Eu que sempre acreditei nos vários jeitos de amar, não soube
reconhecer isso dele. Minha autoconfiança fez eu esquecer tudo e criou ideias
sem sentido que me atormentaram depois de uma mensagem diferente ou um silêncio
estranho.
Mas o tempo
resolve tudo, ainda bem. Quase cinco meses e, ainda que pareçam poucos, foram o
suficiente para mudar planos de uma vida. Mesmo perdida e refletindo sobre
ideias para meu futuro, finquei minhas bases em um local que não queiro deixar.
Não quero sair do lado dessa pessoa que me faz chorar depois de uma mensagem
carinhosa, que faz eu sentir saudades depois de 2 minutos sem, que faz o tempo
passar devagar, mas ainda parecer pouco.
Como eu queria
falar mais desses rapaz, descrever cada parte do corpo dele, exaltar todas as
atitudes bondosas e amorosas, narrar todos os dias que ele me fez bem, elogiar
cada esforço que ele faz, enaltecer cada ideia que ele me conta. Eu poderia
passar dias falando disso, mas nunca será suficiente. Cada vez que o vejo
parece que ainda falta algo para conhecer, alguma história não contada, um
comportamento não demonstrado. Sinto que o conheço por inteiro enquanto também
acho que só conheci uma pequena parte. Mas não há problema algum nisso, eu
tenho a vida todo ao lado dele para descobrir.
Com carinho,
Alícia
P.S.: Se por acaso ele ler isso, espero que saiba que te amo. Eu te amo enquanto
escuto você falar do seu dia ou de alguma reflexão que você fez, eu te amo
enquanto dormimos meu melhor sono, eu te amo enquanto admiro seus olhos, eu te
amo de cabelo molhado, eu te amo enquanto você está preocupado comigo, eu te
amo enquanto chora durante alguma conversa nossa, eu te amo enquanto fala mal
de um filme, eu te amo enquanto você me faz sorrir, eu te amo enquanto você
narra uma história muito pessoal que faz eu me sentir especial por saber, eu te
amo enquanto você fala dos seus jogos, eu te amo enquanto escuto seus planos
para a semana, eu te amo enquanto você me inclui nesses planos, eu te amo
enquanto sinto saudades e tudo que eu queria era um abraço seu. Poxa, eu te amo
de todos os jeitos.
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